25.6.07

O Joãozinho

Na casa do Joãozinho havia muita fome e pobreza. Joãozinho e os cinco irmãos passavam os dias sem que os seus pais pudessem dar-lhes nada para comer, pois eram muito pobres. A mãe toda triste chorava e o pai não sabia o que fazer para sustentar a família.
Num dia de manhã, o Joãozinho que era o mais novo e atrevido de todos acordou os seus irmãos e disse-lhes:
- Nós, não podemos continuar assim, os pais não sabem o que fazer para nos sustentar, podem ficar doentes de tanta preocupação. Por isso digo-lhes que nesta noite saímos todos de casa e vamos para um outro sítio onde possamos conseguir algum dinheiro e comer.
Nessa mesma noite, os seis irmãozinhos saíram de casa à procura de comer. Andaram, andaram, andaram e nada encontraram; passaram três, quatro, cinco e seis dias até que no sétimo dia viram uma casa escondida no meio das árvores e decidiram ir lá pedir ajuda. Quando lá chegaram bateram à porta e veio uma senhora abrir que lhes disse:
- Esta casa é de um Monstro, que tem cinco filhas, tão más como ele. E se os encontram aqui poderão comê-los.
- São assim tão maus? Perguntou o Joãozinho com lágrimas. - Se continuarmos a procurar comer podemos morrer de tanto cansaço e fome.
A mulher, ao ver os meninos tão esfomeados e cansados, teve pena deles e deixou-os entrar.
- Mas nenhum de vós pode falar, nem fazer nenhum ruído, senão as filhas do monstro vão dizer ao pai e ele come-os de uma só vez. Vou dar-vos de comer, pois vejo que estão com muita fome e vão dormir aqui até amanhã. Depois partirão.
Joãozinho e os seus irmãos tão cansados estavam que aceitaram. Eles comeram o que quiseram, pois nunca tinham visto tanto comer à sua frente. Depois a mulher mostrou-lhes o quarto onde iam dormir: havia seis camas, uma para cada um. A mulher deitou-os e apagou a luz. Mas Joãozinho, tão maluco que era, que quando os irmãos adormeceram, se levantou da cama e foi ver toda a casa do monstro. As filhas do monstro estavam no quarto mesmo ao lado. Ele foi lá vê-las e até se assustou quando as viu, pois elas eram mesmo feias. Então ele foi ao sótão e lá havia ouro e muitas pedras preciosas. Quando Joãozinho voltou ao quarto ouviu o monstro a dar uns enormes sopros e fazendo barulhos, até parecia um porco. O Monstro exclamou em voz alta:
- Aquela mulher voltou a pôr gente cá em casa. Vou revistar tudo e comerei todos! Ah…Ah..Ah… que grande ceia vou ter!
O Monstro começou a revistar pelo sótão. Ao ouvir isto, o Joãozinho teve uma bela ideia e desatou a correr para o andar de baixo, onde estavam os quartos. Depois tirou o seu gorro e os dos irmãos, trocando-os pelos das filhas do monstro e em seguida meteu-se na cama e fingiu estar a dormir, pois o monstro já descia as escadas e ele tinha muito medo que eles os comesse. Quando o monstro chegou ao quarto deles apalpou a cabeça dos meninos. Joãozinho pensou que ia morrer de tanto medo.“Estas são as minhas filhas” – pensou o monstro e saiu do quarto. No quarto ao lado estavam as filhas, que tinham os barretes com umas bolas. “Que grande ceia, cinco de uma só vez!”, pensou. Engoliu as meninas, pensando que eram os intrusos e eram as suas filhas. Depois tirou as suas botas número setenta e deitou-se na sua cama. Quando Joãozinho e os seus irmãos ouviram o monstro a ressonar tão alto, despertaram e o Joãozinho levou-os até ao sótão, onde estavam aquelas pedras preciosas e muito ouro. Enquanto os seus irmãos carregavam tudo em sacos, Joãozinho foi ao quarto do monstro, pegou nas suas botas enormes e calçou-as, mas eram tão grandes que mal conseguia andar. Depois os seus irmãos desceram todos carregados de sacos. Durante o percurso dessa casa até a sua foram gritando:
- Estamos ricos, estamos ricos, estamos ricos…!
Nessa noite, quando chegaram a casa, mostraram aquilo tudo aos pais, deixando-os muito felizes e satisfeitos. Naquela casa acabou-se a fome e foram todos muito felizes na companhia dos seus pais.

Cláudia, 6ºC

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